VARGINHA LANÇA PRIMEIRO PARQUE TECNOLÓGICO 100% PRIVADO DE MINAS E IMPULSIONA AMBIENTE DE INOVAÇÃO NO ESTADO
Conexão entre mercado e universidade para impulsionar o ambiente de inovação mineiro, transferência de tecnologia e melhora do setor produtivo. Esses são os objetivos do Parque Tecnológico de Varginha, o primeiro 100% privado de Minas Gerais e o 9º no estado, lançado nesta quarta-feira (27/11) no município.
Localizado dentro do Porto Seco Sul de Minas, estação aduaneira que contempla diversas empresas, e financiado pela administração do local, o parque conta com o apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e terá, entre seus principais focos, o estímulo à pesquisa em cafeicultura, atividade-chave na economia da região.
Nos últimos seis anos, o empreendimento registrou um crescimento exponencial, saindo de um faturamento anual de R$ 1 bilhão, em 2018, para cerca de R$ 25 bilhões em 2024. A estimativa é de continuar crescendo nos próximos anos, podendo chegar a R$ 30 bilhões já em 2025.
Na oportunidade, o secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico, Bruno Oliveira, estendeu à diretoria do Porto Seco os cumprimentos do governador Romeu Zema, que felicitou a iniciativa de instalação do parque.
“O Porto Seco é um relevante polo aduaneiro, logístico e de apoio ao setor produtivo. E a expansão desse condomínio para abrigar o Parque Tecnológico é um passo importante para o aprimoramento das áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que impactará positivamente a economia do estado”, completou Bruno.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, também destacou a importância da iniciativa. “Impulsionar o ambiente de inovação na cafeicultura é criar condições para a melhoria dos processos produtivos, solução de gargalos, conquista de mercados, com geração de emprego e renda para os mineiros”, afirmou.
Alavancando os negócios
O condomínio conta hoje com mais de 4 mil empregados diretos e indiretos e mais de cem empresas instaladas, e a partir do investimento feito no Parque Tecnológico serão criadas novas oportunidades de trabalho e renda, bem como a produção de ciência e tecnologia.
Com uma filial instalada no Porto Seco, a MAM Baby, empresa austríaca voltada para a fabricação de bicos e mamadeiras para bebês, tem uma parceria de cerca de quatro anos com a estação aduaneira. Gestor de Logística da instituição, Rodrigo Sousa afirma que o parque irá alavancar ainda mais a região e outras empresas.
“Essa iniciativa vai impulsionar os negócios e servir de exemplo para outras empresas. Acredito que possa até entrar para a história, com um projeto audacioso e impactante no sentido positivo”, afirma o gestor.
Além de beneficiar as empresas que já estão instaladas no local, o Porto Seco está fechando parcerias para estudos em busca de atrair novos negócios para a região. De acordo com o responsável técnico do parque, Stanley Drago, as pesquisas, em parceria com as instituições de ensino e pesquisa, serão um dos produtos mais oferecidos pelo Porto Seco.
Ainda, segundo ele, por ora, as empresas que necessitarem de um ambiente de coworking ou de pesquisa, serão direcionadas a universidades parceiras para receber esses auxílios.
“No começo, a ideia é utilizar laboratórios e centros de pesquisa das universidades parceiras. Mas qualquer demanda que a gente tenha que não seja suprida pelas instituições de ensino da região, será atendida pelo Porto Seco”, esclarece.
Unindo a Tríplice Hélice
Esse é o nono parque tecnológico de Minas que se une aos de Santa Rita do Sapucaí, Belo Horizonte, Viçosa, Itajubá e Uberaba – já implantados – e aos parques de Lavras, Uberlândia e Juiz de Fora – em fase de implantação.
A ideia surgiu após os diretores do Porto Seco conhecerem o funcionamento de um parque tecnológico. “Achamos que seria muito interessante conectar as empresas aqui instaladas às universidades e trazer novos players que queiram desenvolver novas tecnologias”, destacou o diretor do Porto Seco Sul de Minas, Breno Paiva.
A Universidade Federal de Alfenas (Unifal), o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Varginha, o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeMinas) e o Grupo Educacional Unis têm dado sugestões, debatido possibilidades para atuar em parceria nas demandas do parque.
Também está sendo desenvolvido um trabalho junto ao Sebrae de Varginha para levantar informações sobre o ecossistema local de inovação. A expectativa é que o parque atue de modo a unir a tríplice hélice: setor privado, academia e setor público.
“Na interação com negócios e empresas, são apresentados desafios reais e concretos da sociedade, uma oportunidade de experimentação muito grande”, destaca o professor e pesquisador de Inovação e Tecnologia na Unifal, Hélio Costa.
Fonte: Agência Minas