PCMG investiga morte de paciente após cirurgia plástica na capital
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nessa quinta-feira (11/11), a primeira fase da operação Beleza Tóxica, com o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte. As investigações apontam quatro crimes de homicídios — um consumado e três tentados —, provocados durante procedimentos de cirurgia plástica.
Conforme explica a delegada Ana Paula Kich Gontijo, da 4ª Delegacia de Polícia Civil Centro, os crimes teriam ocorrido em clínicas de estética, que realizavam procedimentos específicos de cirurgia plástica em ambientes sem as condições necessárias de bloco cirúrgico e com aplicação de substância danosa ao organismo humano.
“Uma das vítimas faleceu no momento da aplicação do produto. Outra vítima, de 32 anos, em quadro clínico grave, teve seu diagnóstico dissimulado pelos investigados como Covid-19, com o objetivo de ocultar os danos à saúde da paciente e evitar responsabilidade em caso de eventual óbito”, revela a delegada, que ainda completa, “Ela chegou a ser internada em isolamento em um hospital onde o próprio médico a atendeu em seu dia de folga. A família suspeitou do fato e, mesmo com resistência dos investigados, a transferiu para outro hospital por meio da intervenção de um advogado”.
No novo hospital, a vítima ficou em coma por cerca de 20 dias e foi descoberta a ação dissimuladora dos suspeitos. São investigados pela PCMG dois médicos, que não possuem habilitação em cirurgia plástica, e uma biomédica.
Duas clínicas, onde os procedimentos foram realizados, também foram alvos de buscas, ocasião em que foram arrecadadas diversas substâncias, seringas/aplicadores utilizados nos procedimentos, documentos, notas fiscais e comprovantes de aquisição dos produtos.
A ação foi acompanhada pela perícia técnica do Instituto de Criminalística (IC) da PCMG e por fiscais da Vigilância Sanitária de Belo Horizonte.